quarta-feira, 20 de julho de 2016

O que aprendi da viagem da minha mãe com suas amigas


Faz um tempo, minha mãe veio a Madrid com mais 3 amigas. E foi tão punk como maravilhoso. Digo punk porque elas tinham demandas e expectativas que não eram iguais as minhas. E foi maravilhoso porque nos divertimos a beça. Vou contar o que aprendi com elas daqueles dias.

Vi na prática que Madrid é uma cidade para todas as idades, é só seguir o ritmo de cada geração. Eu estou muito acostumada a ficar em pé no balcão dos bares, daí que só conheço boteco estilo pé sujo para uma paradinha rápida durante o passeio. Elas querem sentar e não existe paradinha rápida. Alias, pressa para que?

Eu achava que sabia muito de Madrid, elas testaram os meus conhecimentos. Não adiantava dizer que tal coisa era velha, tinha que saber o século de construção. Não bastava dizer que tinha sido um rei do passado, eu tinha que saber qual. Anotava todas as perguntas e voltava no dia seguinte com respostas. Fui sabatinada!

Elas eram os alvos (para o bem e para o mal). Dos “carteiristas”, dos vendedores ambulantes, dos garçons. Eu tinha que ter olhos abertos o tempo todo. Em um restaurante da calle mayor, eu tive que ser pouco educada com um garçom porque ele quis cobrar os talheres alegando que a gente tinha ocupado uma mesa, tive que lembrá-lo que foi ele que nos indicou tal mesa mesmo depois que eu falei repetidas vezes que só íamos tomar algo e não íamos jantar. Foi cansativo mas foi bom para elas perceberem que tinham que ficar mais atentas e não se deixar levar por qualquer conversa. 

Por outro lado, elas eram alvos de muitas gentilezas. Pessoas que cediam lugares no transporte público, nos bares, deixavam elas passaram na frente nas filas. Nunca vi tantos vendedores de loja amáveis em Madrid. Elas saíram distribuindo sorrisos e ganhavam muitas gentilezas. Elas são assim em todos os lugares, de férias estavam radiantes.

O mais importante é que aprendi que nunca é tarde para viajar com as amigas.



Em setembro vou com a minha mãe e sua amiga Elze ao sul da Espanha. Daí eu volto para contar onde foi a odisseia de vários deslocamentos e duas senhoras muitos ativas e exigentes.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Zaragoza por um motivo


Eu queria ir a Zaragoza por um único motivo: sua catedral.

Eu ateia convicta (e declarada) queria percorrer mais de 300 kms para ver uma catedral. E valeu a pena!

A “Basílica de Nuestra Señora del Pilar” é magnífica!



segunda-feira, 20 de junho de 2016

Alho, sal e outras coisinhas



* Alho e Sal: Espanhóis estão para alho assim como brasileiros para o sal. Amo alho e que a comida não venha com tanto sal.


Outro dia, perguntei a uma amiga estadunidense se, para ela, gazpacho tinha muito gosto de alho. Animadamente, ela: “sim, sim claro, tem muito alho. Eu adoro!” “Paco, para você, gazpacho vem com muito alho?”, perguntei. Ele: “depende, acho que não muito”. Os dois gostam muito de alho e tem percepções bem diferentes. 

* Pasta: fuja. Apenas fuja da opção “pasta” se um restaurante espanhol tiver no “menu del dia”. Espanhóis não sabem fazer pasta. É mais fácil aceitar o fato e escolher outra coisa. Eu vou de arroz. 

* Muitas vezes, o café da manhã e o lanche da tarde quase sempre tem doce. Nada de cafezin com um paozin de queijo. Nada de pão na chapa com manteiga com um pingado em copo grande. Aqui, eles vão de churros com chocolate que não tem recheio e, para mim, não tem graça. 
Quando eu posso, e quero um doce muito doce, eu troco por uma palmeira de chocolate. 




* Adoro entrar em (quase) qualquer bar e pedir uma “caña” em quase qualquer horário sozinha! Simples assim: uma “caña”, uma “tapa” e eu. 
Naqueles dias que vou ao centro de Madrid sozinha, tenho o meu bar estilo boteco para a cervejinha refrescante antes de pegar o metro de volta. Fica escondido na “calle de los Madrozo” perto do metro Banco de Espanha. O jamón deles é uma delicia! 



* Por que tomar café depois do jantar? Eu prefiro tomar um “meta poleo”, que nada mais é que um chá de hortelã.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Para os próximos meses


Eu quero o que todo mundo quer ...

Eu quero poder estar junto da minha família. Quero fazer churrasco de aniversário para o Paco no fundo do quintal da casa nova do meu pai, com os meus amigos e dele. Na 6af quero pedir pizza que obrigatoriamente será metade portuguesa porque é a preferida de uma de minhas irmãs. E quero muito os infinitos cafés da manhã da minha mãe, duram horas e vemos o tempo passar.
Charlie tentando invadir a ceia de Natal.

Eu quero apertar muito a pequena Olivia que nasceu dias depois que eu cheguei. Ela me esperou. É um pacotinho de muito amor. Agora somos uma família maior e mais linda.
Pezinhos de Olivia

Eu quero voltar a Madrid tendo olhado nos olhos da minha mãe e saber que deu tudo certo. Em janeiro minha mãe passou por uma pequena intervenção cirúrgica. Ela está bem e estamos todos muito felizes com o resultado. Foi muito bom poder estar ao lado dela no hospital e nos primeiros dias da recuperação. 



Eu quero estreitar laços que o Paco construiu lá no Brasil. Pudemos passar um final de semana adorável com uma família que eu conheci aqui em Madrid. Uma família brasileira que adotou o Paco quando ele morou no Brasil como parte dela. Fomos a Minas Gerais com direito a sitio com feijoada, cerveja e piscina. Outra vez pudemos ir a chácara do Rey com muito verde, pastel de jaca e risadas.




Eu quero poder ver o crescimento das minhas amigas de adolescência e perceber que existem amizades que perduram no tempo e espaço. Passamos a virada do ano juntas e isso basta, sempre!



Revi minha cidade, São Carlos, e continua tudo igual porém diferente. Dá saudades e vontade de ficar lá. Percebi que conheço bem São Paulo e assim mesmo a cidade me surpreende a cada instante. São Paulo é para os fortes, mas existe amor em São Paulo. Vi os quadros de volta aos cavaletes de cristal do Masp e tremi de emoção.






Eu quero tudo isso ao lado do Paco e para isso para Madrid voltamos. Como brinde final: exploramos uma cidade nova na Espanha no final semana de semana de janeiro. Fomos a Zaragoza e fizemos o que mais gostamos juntos: andar muito, tirar fotos, conversar tomando uma cervejinha no final do dia. Bem juntos.




Para os próximos meses eu quero tudo isso que vivi nos últimos dois meses. Agora é batalhar para que os próximos meses sejam tão interessantes e intensos como os últimos dois mesmo que a distancia parece me separar dos meus quereres. A distancia é só um oceano, pode ser ilusória, pode ser diminuída pelas boas memórias.