terça-feira, 3 de novembro de 2015

Dois cafés e uma "fregona"


Morando na Espanha faz um pouco mais de 4 anos tem pequenos hábitos que eu incorporei de tal forma que faço quase no automático. 

Um deles é o segundo café da manhã. O horário de almoço espanhol é (muito) tarde e para entrar na rotina e não morrer de fome o jeito é dividir o café da manhã em dois. Perto das 11 horas da manhã eu como alguma coisinha. Ultimamente tenho muita vontade de torradinha com geleia. 

O hábito de café da manhã doce é muito estendido pela Europa, aqui rola um pão com manteiga e geleia em qualquer cafeteria. Eu não sou muito de doces mais o cítrico da geleia me conquista.

Antes eu achava muito doce ou um luxo que deveria ser guardado para férias de final de semana especial. Mas porque não aproveitar as coisas boas da vida no dia a dia? E, convenhamos, os espanhóis sabem fazer isso muito bem! Incorporei o habito e o meu dia fica mais feliz. 

Em casa é uma torradinha e na rua tento ver o pedaço de pão antes de pedir. Tem uns lugares que te servem a baguete, ou "barra de pan", quase inteira! O ideal ir com calma, afinal o bom é uma pitada de gostosura.




Agora quando quero algo para o salgado nada é melhor do que um pão quentinho com alho esfregado em cima e muito azeite! Alho, azeite e pão: a tríade perfeita da cozinha espanhola.

Ai, como é fácil espanholizar-se assim!

Difícil é me acostumar com a maldita da fregona! A versão moderna e muito usada aqui foi inventada por um espanhol



Os espanhóis acham que o trambolho é a oitava maravilha moderna do mundo da limpeza, mas, para mim, o treco só espalha a sujeita e deixa tudo molhado! Não sei usar e não me acostumo. Aqui em casa nem tem mais ... Quero meu rodo de volta!



E vocês, quais os pequenos hábitos incorporados e rechaçados?

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Para Vermut ... Casa Camacho

Em um sábado de final de inverno fomos convidados para uma festa de comemoração de 65º. aniversário. Festa surpresa como manda o figurino. Uma boa festa em família. Paco e eu saímos de lá tão animados que queríamos tomar a “saideira”. Como estávamos por Malasaña pensamos no Casa Camacho, claro! 

A Casa Camacho é uma bodega clássica de Madrid, um “lugar de toda la vida”. 




Segundo o blog Mis tabernas favoritas, a casa existe desde 1929 e começou como armazém de “aguardiente” (bebidas alcoólica obtidas por destilação). Hoje, é uma parada obrigatória aos amantes de bons botecos, como eu. Todos os cantos são incríveis e o atendimento é algo particular. Os garçons são os mesmos desde sempre. Tem algumas fotos deles mais novos nas paredes. Eles são ultra rápidos no preparo dos vermutes e cañas e são algo mal-humorados. Eu diria que secos e estão concentrados nas multitarefas. Eles estão ali para servir ao cliente e não para serem agradáveis e solícitos. Enfim, ser simpático é algo pessoal e não característico da profissão. 
O pequeno detalhe do lugar, que faz toda a diferença, é atravessar o balcão para ir ao banheiro. 
De acordo com o Paco, num tom nostálgico, é um dos poucos originais de Malasaña, o bairro agora dos modernos e descolados (dos hipster, também). Para mim, a Casa Camacho é toda uma experiência.




A especialidade da casa é o “vermut de grifo”. O vermut, bebida a base de vinho e aromatizado com flores ou ervas, não tem nada a ver com os que já bebi no Brasil. Os vendidos nos bares de Madrid são considerados caseiros, naturais, artesanais, e cada bar diz o que seu é o autentico. Em Madrid há grandes apreciadores dessa bebida. É a bebida típica dos domingos antes do almoço. No nosso caso, foi para encerrar a noite em grande estilo e com muito teor alcoólico! 




E para os tem quem coragem … a Casa Camacho prepara os yayos: "vermut, ginebra (gim) y casera" (ar com gás levemente cítrica). Tão forte quanto delicioso, um perigo!




Onde: Casa Camacho
Calle de San Andrés 4
28004 Madrid
Horário: 12h00 as 02h00.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Programas da TV espanhola

Todo mundo vê TV, né?

Sempre rola uma curiosidade sobre como é a programação das tevês abertas nos outros países. Para mim, a TV espanhola tinha duas qualificações: excelente ou muito, muito ruim. Não havia meio termo. As TVs públicas, como 24h, La 1 e La 2, eram excelentes e as demais eu não via. Nos últimos tempos, alguns outros programas me chamam a atenção, vou contar quais são.

Em abril, eu estava seguindo uma serie de TV, a “Vis a Vis”. É a historia de Macarena que vai parar na prisão após ser enganada pelo patrão/amante. Imagino que deve ser do mesmo estilo de “Orange is the new Black”, que ainda não vi. O tema é universal: a dura vida de mulheres encarceradas. Os episódios são bem dinâmicos e deixam várias perguntas no ar que te deixam com vontade de ver o próximo.

Da mesma emissora está o “Alli abajo”, que é a história de um vasco que deve ficar mais tempo na Andalucía do que gostaria. Apesar da serie ter no elenco uma atriz muito boa, a Maria Leon, acho o tema vascos x andaluces explorado de uma forma caricata, “condenados a entender-se” diz a manchete do site da emissora. Sempre tentam colocá-los como totalmente antagônicos e assim se reforçam estereótipos que não são interessantes para fomentar as trocas culturais. Acho que o programa veio na carona do filme “8 apellidos vascos” que fez um enorme sucesso por explorar isso de forma cômica. 



Ano passado meu programinha de 2af a noite era “Os mistérios de Laura". A história bem humorada de uma investigadora de polícia, Laura Lebrel, um pouco atrapalhada, com um Q de Agatha Christie. Era uma reprise que aqueceu o horário, fez com que a emissora anunciassem novos capítulos mas a ideia foi cancelada. Fiquei órfã.

Uma amiga, que atualmente mora em outro país da Europa, adora “La que se avecina”. Ela vê quando tem saudades de Madrid. Conta as peripécias dos moradores de um edifício. Tem personagens cativantes, dá para ver episódios soltos, sem ter que “seguir” as temporadas. Mas eu não curto esse tipo de humor.

O “Grande Familia” espanhol é “Cuentame como paso”. Os Silva espanhóis são encarnados pela família Alcántara que desde 1968 que nos ajudam a reviver a historia da Espanha, segundo a própria sinopse no site. Tem uma trama política, dramática e emotiva. Assisti uns episódios mas não fui fisgada, a historia está no ara faz um tempão (desde 2001). A temporada de numero 16 acabou de acabar. Me sinto perdida. Bem que eu queria acompanhar, é o mais parecido a uma boa novela brasileira.

A mesma RTVE tem apostado em séries históricas. Fez o ótimo “Isabel”, narrando a história da rainha católica que une a sangue e espada o território espanhol. Adorei tudo, a reconstrução histórica esta gostosa de ver. Agora está com “El Ministério del tiempo”, com uma trama bem original
que ainda tenho que conferir. Espero que dê tempo na férias.

Quase todos estão disponíveis nos portais das redes de televisão. Para praticar, acostumar o ouvido na língua espanhola ou, simplesmente, poder se sentir mais perto de Madrid, como faz minha amiga. Acho que são boas e divertidas formas de entretenimento.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

(Nossa) Pareja de hecho


Um tempinho atrás a Larissa, do Esto es Madrid, Madrid,  fez um post super legal e completo sobre o processo de “pareja de hecho” em Madrid. Daí, eu pensei: por que não contar minha experiência?! Como a Lari contou a parte burocrática, eu vou contar como foi a minha experiência pessoal. 
No nosso caso, nós conseguimos uma data disponível para um ano após pedi-la (Larissa e Juan esperam “só” cinco meses). Somando com o requisito de “viver com seu companheiro/a durante um período ininterrupto de 12 meses”, Paco e eu esperamos dois anos para ser um casal de fato, direitos e deveres.
Pois é ... pode demorar!!

Indo de metro

No dia 11/11/13, às 13h, Paco e eu assinamos o nosso documento de “pareja de hecho” que nada mais é do que o compromisso de união estável. Decidimos enfrentar o processo para facilitar a nossa vida:  pelo plano de saúde, “tarjeta sanitária europeia” e coisas de banco. Mas foi um dia tão especial, cheio de amor e carinho que estamos pensando em fazer o mesmo no Brasil.

Reunimos alguns amigos e convidei minha professora de espanhol para dividir com a gente este momento especial. Na hora de assinar os papeis Paco estava super nervoso, um pouco atrapalhado e eu mega sorridente, achando tudo lindo. Não conseguia parar de sorrir!
O ato em si é rápido, a funcionaria que nos atendeu foi simpática e depois ela nos deixou com os amigos (e testemunhas) para tirar fotos* na sala.

Do Registro Geral fomos em direção ao Museo del Jamon da Calle Mayor, próximo a Puerta del Sol, que é nosso favorito. Sim, sim fomos tomar o aperitivo lá: no lugar bem turístico, cheio e bem barulhento! Depois seguimos a outro bar na mesma Calle Mayor. Foi ótimo! Foi divertido! Foi com poucos amigos (era 2af) e pelas ruas da Madrid.

No final do nosso dia, o Juanma disse que estava tão feliz que a gente devia fazer “pareja de hecho” todo ano. Este foi o clima que reinou durante a nossa tarde, nem a greve dos lixeiros atrapalhou. Eu andei linda, loira e de salto alto pelo centro de Madrid em um dia que a sujeira causada pela (justa) greve estava no auge. Senti-me em um filme do Almodóvar! Nada mais próprio, não?!


*Tiramos muitas fotos contudo Paco não gosta de ter sua imagem exposta pela internet. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Espanha em duas contradições

Hoje entrou em vigor a tal "ley mordaza". Formalmente são modificações a já existente “ley de seguridad cuidadana”, uma roupa nova e mais dura as formas das manifestações publicas por exemplo. Agora a “resistência pacifica” pode ter pena de multa. Ficar sentado e em silencio pode render em multa caso a pessoa se negue a “dissolver reuniões y manifestações em lugares públicos” ordenados pela “autoridade competente”. Existem várias classes de multas, entre 100 a 600 mil euros.

Para quem pensa que “ok, menos baderneiros e Black Bloc”, vou para o exemplo do Greenpeace. Afinal, todos somos verdes e amamos as baleias, né? Ontem eles coloraram uma bandeira enorme em um guindaste perto do Congresso dos Deputados em Madrid. 
O Protesto é um direito.

Protesto pacífico e efetivo como eles sabem fazer. Pois se fosse hoje o Greenpeace estaria agindo contra a lei. Total restrição de liberdades!

Por outro lado, também essa semana, Madrid esta toda colorida para celebrar o Orgullo2015 e os 10 anos de matrimonio igualitário. Espanha é um pai pioneiro em garantia das igualdades jurídicas. Até os órgãos estatais se somam nas comemorações da liberdade do amor! 
Yes, Obama, os espanhóis têm direitos iguais quanto a casamento faz 10 anos!
 
Ayuntamiento de Hortaleza (meu bairro).

Então é isso que temos para hoje: casar pode, protestar não!

terça-feira, 30 de junho de 2015

Café com gelo, topa?


O verão chegou e com ele um hábito que os meus madrilenos juram que é refrescante: café com gelo! 

Funciona assim: ao lado do seu café perto normal de todos os dias vem um copo um pouco maior com cubos de gelo. Você adoça ou não o café preto, mexe bem e verte tudo no ou copo. Voilá!! Uma típica maneira de encerrar um almoço ou ideal para a metade da tarde.

Eles juram que é uma delicia! Eu não provei e ainda faço careta quando vejo.



E ai, topa??

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Teatro Luchana - Mujeres Desesperantes


Achei que ontem seria um daqueles domingos de ficar jogada no sofá curtindo o incrível calor do começo do verão mas surpresas boas acontecem e a noite foi muito mais legal do que podia imaginar. Inesperadamente a Esther nos liga para perguntar se estaríamos livres no final da tarde. Ela queria nos convidar ao teatro. Em um primeiro momento, juro que aceitamos pensando no conforto do ar-condicionado. E somos surpreendidos positivamente. 

Fomos ver “Mujeres Desperantes” no Teatro Luchana, que foi recém-modelado onde eram salas de cinema. O espaço foi convertido em salas de teatro com preços “low cost”, ou preços justos como preferem os donos da iniciativa.



Uma aposta interessante que busca facilitar bons locais para arte e cultura, estreitando a distancia entre o público e entretenimento. O Teatro Luchana também tem um bar bem atraente e é permito beber dentro das salas. Inusitado e informal, não? Funcionou para a gente: não tivemos que beber super rápido nossas cervejas pré espetáculo. 

A peça foi bem divertida: uma comédia contemporânea sobre mulheres e as formas que percebemos os nossos relacionamentos amorosos e com o mundo. Duas atrizes dão vida a essas várias mulheres. O “plus” fica para o som – tudo que tem som ao vivo, eu apoio.

Recomendo.

Teatro Luchana
Calle de Luchana, 38
Entradas entre 5 e 16 euros. 


MUJERES DESESPERANTES
Autores: Pepe Macías y Carla Guimarães
Elenco: Lara de Miguel, Mamen Godoy y Sergio Medusa
Días e horários: Viernes a las 20h. Sábados a las 22:30h. Domingos a las 20h30

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A dura arte de beber na Espanha


Como já disse por aqui em algum post, Paco e eu, para sair, somos de boteco. 
Ai, os botecos de Madrid!! Meu caso de amor! Amo todos! Dos pé-sujos até os de tipo hispter!

Quando não saímos somos de “ficar em casa”!! Recebemos e somos recebidos em casa. Vou contar, tem dia que é difícil, viu!! O ritual de beber poder ser longo e levar os iniciantes, como eu era, ao nocaute. 
No Brasil, quando vamos almoçar ou jantar na casa dos amigos, os que são de vinho bebem vinho, os de cerveja vão de cerveja e aos demais resta o que resta. Na Espanha é tudo diferentes, todos bebem tudo! 


O esperando é que te ofereçam uma cervejinha com aperitivo quando você chega. Bebericando a cerveja e beliscando queijinhos, batatas fritas e embutidos esperamos a refeição principal. Enquanto isso o anfitrião escolhe o vinho que vai acompanhar a comida. Nem sempre é o que você trouxe, pode ser que o Jorge, no caso, ache que não combine com o prato. Longa discussão sobre quem, onde e como se faz um bom vinho, enquanto eu já me afoguei nas batatinhas, minha debilidade. 


Comida pronta, todos à mesa e vem o vinho. Nas casas dos meus amigos a refeição vem servida no seu prato da cozinha e, normalmente. Costumam ser dois pratos bem servidos! Dá-lhe vinho! Vem a sobremesa que pode ser acompanhada com o vinho ou não. Café, chá ou um licor são oferecidos. 
Termina a comilança mas não a bebericagem! Se a ideia é ficar de papo para o ar com os amigos é hora das “copas”: coca-cola com run, gin tonica e outros mais. Se você for a minha turma, dos fermentados, pode pedir água mesmo!! 



Depois disso se conseguir é só começar de novo. 
É uma maratona, vá passo a passo!
Obs.: as três fotos são de um único almoço!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A lenda de Luis Candelas

Uma das esquinas da Plaza Mayor abriga um restaurante com o nome de um personagem muito famoso: “Las cuevas de Luis de Candelas”. 



A história oficial coloca Luis Candelas como o inimigo número 1 de Madrid no século XIX. Entretanto a boca pequena, entre os madrilenos, ele é considerado como uma espécie de Robin Hood madrilenho, responsável por estabelecer alguma justiça social entre os anos 1820, 1830. Tirava dos ricos para dar aos pobres, por isso contava com apoio popular nas suas escapadas da polícia.



Alguns moradores o encobriam, facilitando sua entrada nos diversos túneis subterrâneos (as cuevas) que serpenteiam por debaixo da Plaza Mayor. Candelas entrava vestido de “bandoleiro” de um lado, saia com suas roupas limpas e alinhadas do outro, dificultando assim sua identificação. 



Sentindo que logo decifrariam sua identidade, Luis e seu grande amor, Clara, resolveram fugir de cidade. Contudo no meio do caminho ao norte voltaram porque Clara não conseguia ficar longe de sua Madrid querida. Por fim, Candelas foi preso e condenado à morte por seus mais de 40 roubos, nenhum com violência.

“He sido pecador como hombre, pero nunca se mancharon mis manos con sangre de mis semejantes. Adiós patria mía. Sé feliz”, foram suas ultimas palavras.

Luis Candela voltou a Madrid por amor a Clara e ela por amor a Madrid. Afinal como ficar longe dessa cidade tão cativante. Foi assim que me contaram a lenda de um bandido que perdeu a vida pelo amor de sua mulher a Madrid.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Mercado de San Fernando – outra vez


É isso: fomos seduzidos pelo charme e simplicidade do Mercado de San Fernando. Estamos encantado com a mistura de espaços dedicados a iniciativas socioambientais, produtos artesanais, livros vendidos por peso com as lojas de sempre, “de toda la vida”.
Em um domingo chuvoso, depois de descer todo o Rastro, voltamos lá com a firme intenção de comer uns aperitivos (tapas) e provar cervejas artesanais. Missão cumprida com muito êxito!

Tapa + cerveza


Dessa vez começamos com as cervejas do posto Malugú y Kalevala. A associação Malugú oferece artigos de comercio justo como café e chocolate. Parecem deliciosos, mas nosso objetivo eram as cervejas. Depois de uma certa dificuldade para decidir uma entre as tantas, havíamos escolhido uma "triple" clara (tripla rubia ale), a senhora do posto nos deu diferentes tipos. Parecia que ela estava ali fazendo um favorão ao dono da banca. Acho que ela não sabia da diferença entre os rótulos, pegou as três primeiras garrafas iguais de formato e cor que alcançou na geladeira. E sabe que; ainda bem! 

triple, triple, triple

Fizemos um bem bolado e todos provamos um pouco de cada uma. Não deve ser o método mais indicado para conhecer as variedades mas foi o que encontramos mais divertido, com certeza! Os expertos em cerveja que nos perdoem!

Sol e sombra

Na sequencia provamos uma cerveja madrilenha: La Virgen, cerveza pura. Eu já tinha ouvido falar dela e não tinha tido a oportunidade de provar. Fomos Jamonera (La compañera perfecta del sabor ibérico): aprovada, muito boa! Agora é torcer para que ocupe o mesmo lugar que a Mahou no coração dos madrilenos. Acho que compramos no posto La Buena Pinta, não tenho certeza. Não tem erro que a banca está em uma das esquinas da área central do mercado.


Com La Virgen
No bar ao lado de fora do mercado ainda tivemos a ousadia de pedir a saideira no que veio, lógico, com uma deliciosa tapa!



Depois de nossa orgia de cervejas nos restou seguir a brincadeira infame que o Paco sempre faz com o nome Fernando “aquele que vai um pedaço a pé de outro andando”. 



Mercado de San Fernando
Onde: Calle Embajadores, 41, Madrid, 28012.
Quando: 2af de 9h00 as 14h00 e de 17h00 as 20h00.
3af a 5af de 9h00 as 21h00
6af de 9h00 as 23h00
Sábado de 9h00as 17h00
Domingo de 11h00 as 17h00.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

A noite – Via Lactea

Faz um tempo que fui, fazia frio e eu ainda não dominava a arte de segurar um cacasão enquanto tomava uma cerveja. Agora sei que preciso de uma bolsa que sirva para deixar o casaco pendurado nela! Aprendizagens de inverno!

Também lembro que não tinha outros planos para aquela noite de sexta-feira quando uma amiga fez o convite para ir ao Vía Láctea. Lógico que já tinha ouvido falar bastante do bar assim que aceitei na hora! E foi super legal!!



O Vía Láctea é pequeno, escuro e com boa musica bem alto! 

Também é um lugar antigo da noite de Madrid, como bem descreve o Huffingtonpost: é mitico, representante dos anos 1980 e a cara da Movida Madrileña!





A noite de Madrid pode ser histórica em vários sentidos!

Vía Láctea
Calle de Velarde, 18, 28004 Madrid

Das 20h00 as 03h00

sexta-feira, 6 de março de 2015

Blues no Populart

Quem tem amigos tem tudo nessa vida e quem é de São Carlos tem amigos músicos. Muitos e dos bons! Logico que vibrei de alegria quando soube que Danilo, Netto e Mariel viriam a Espanha para uma rápida turnê. Eles formam o Netto Rockfeller trio. E junto com Quique Gomez tocaram no La Coquette, no Alabanda e no Populart onde tive o prazer de vê-los terça-feira a noite.

O Café Jaza Populart, pequeno e bem aconchegante, fica na calle de huertas perto da Plaza de Santa Ana, no charmoso Barrio de las Letras. Não cobra nada pela entrada mas exige pelo menos uma consumação durante o show. Foi a cerveja mais cara que já tomei em Madrid: 7 euros por um tercio
Super valeu a pena!!! 


O bar ficou bem cheio e o pessoal adorou a energia brazuca do blues dos meninos.
Paco e Esther voltaram cantarolando a casa e eu me senti em casa ... Fechei os olhos e me imaginei em São Carlos!
Aqui um pedacinho da boa musica para alegrar o dia! 


quinta-feira, 5 de março de 2015

Mercado de San Fernando

Madrid vive um boom de mercados. Arrisco a dizer que tudo começou com o agora famoso Mercado de San Miguel. Hoje são mercados para todos os tipos e gostos, fixos e itinerantes. Em outubro de 2014 começou o processo de remodelação do Mercado de San Fernando que está na centrica zona entre Lavapiés e Embajadores, bem próximo do Rastro, o maior mercado ambulante da cidade.

O Mercado de San Fernando quer caracterizar se como um “mercado de toda la vida”, aquele mercado para ser frequentado todos os dias onde todos se conhecem, fomentando o comercio local, as compras em lojas pequenas e de bairro. Formam uma Asociación de Comerciantes del Mercado de San Fernando que garante gestão compartidas entre os comerciantes do mercado em igualdade de condições.

O mercado busca ser também um espaço de convivência e confraternização, por isso nos finais de semana promove atividades e oficinas. Em um domingo qualquer era tango. Todos bailando no centro do mercado, Estavam bem animados e ritmados.



Um sábado acho que era uma oficina para crianças. Chegamos um pouco tarde e só vimos as crianças livres e loucas rolando no chão enquanto os pais estavam tranquilos com seus aperitivos. Coisa boa! O Mercado de San Fernando é um lugar bem família e bem amigo das crianças. Ponto para eles!

Gostei tanto do mercado que até comi um pedaço de pizza de berinjela e quem me conhece sabe que detesto tanto berinjela como tomate, muito mas muito mesmo.


O que não faço quando estou “a gusto, muy a gustito”!!

Músicos na frente do Mercado

Mercado de San Fernando
Onde: Calle Embajadores, 41, Madrid, 28012.
Quando: 2af de 9h00 as 14h00 e de 17h00 as 20h00.
3af a 5af de 9h00 as 21h00
6af de 9h00 as 23h00
Sábado de 9h00as 17h00
Domingo de 11h00 as 17h00.
Contato: informacion@mercadodesanfernando.es



Blogs amigos que sabem tudo de mercados:

Cata de vinhos no Mercado de San Ildefonso por Desbravando Madrid.

Bit me tem uma categoria só para os mercados.

Rumo a Madrid também tem um post sobre mercados.

Mercado Platea por Um Brasileiro na Espanha.

Rastro por Esto es Madrid, Madrid.

domingo, 1 de março de 2015

Ir ao cinema

Paco e eu estamos tentando recuperar o habito de ir ao cinema.
Gostamos muito de ver filmes e gostamos muito da combinação que temos em casa: televisão mega grande, sofá confortável e geladeira para atacar. Por mais que estamos cômodos e de pijamas em casa mas nada supera a emoção ir ao cinema, aquela mágica sala escura.

Mas tenho que confessar que me dá um pouco de preguiça ir ao “cine” aqui porque não é fácil ver filmes em “version original subtitulada”. Muitos filmes são dublados, que significa que todo o som original foi alterado para que os diálogos possam ser ouvidos em espanhol. 


Por um lado (e para mim), isso muda muito a forma de receber e perceber o filme. Gosto de ver filme japonês em japonês mesmo sem entender nada da língua. Por outro lado, os espanhóis têm esse traço cultural de traduzir tudo e todos, sempre. Eles protegem o idioma, acho bacana. Também é mais democrático e acessível ter o som dublado ao idioma do país. 

Lógico que em uma grande cidade como Madrid é possível achar salas de projeção com a programação em som original, achar aquele festival de filmes gregos, além de curtir a mostra brasileira todo ano. E ir ao Cine Doré, também sede da Filmoteca Española, é uma experiência sensacional. 

Mas moro em um bairro residencial a 40 minutos do centro em transporte público. Aqui perto tem apenas cinema no shopping. É o que temos para um programinha no meio da semana e para a última sessão sem ter que fazer grandes planos logísticos. Aquela coisa: “vamos no cinema aproveitando que é o dia do espectador e temos desconto?” significa ver qualquer um dublado em espanhol. Também significa caminhar 10 minutos até o shopping, chegar 5 minutos antes do começo e não preocupar se com o horário do metro na voltar para casa. É bom também!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Sábado de Carnaval e Valentine´s Day.



Como nos outros anos, fomos ver o desfile de rua de carnaval que aconteceu na calle de Alcalá perto do Parque do Retiro. Adoramos uma festa popular e a oportunidade de ficar mais próximos do monumentos da cidade. Dá para ficar perto da Puerta de Alcalá e das Cibeles. Lindo!

Cibeles no primeiro plano.

Este ano, sábado de carnaval também foi Valentine´s Day, o dia dos namorados no hemisfério norte. Os organizadores do desfile não esqueceram e nos brindaram com “All we need is love” na hora dos fogos de artificio. 




Acertaram em cheio na escolha musical.
Dá para ser romântico no centro da muvuca! 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Exposição: Mapas de Accion de Yolanda Domínguez



Até 14 de março Espacioarte Serendipia recebe Mapas de Acción de Yolanda Domínguez.
No sábado, dia 14 de fevereiro, pela manhã tive a grata oportunidade de ouvi-la falar sobre sua trajetória e sua arte. Fiz parte de uma rota didática, diretamente com ela pude conhecer, debater e entender melhor todo o processo de criação e decisão da exposição.


Yolanda Dominguez é artista plástica, artista de ação, artista de rua. Eu a conheci pela ação Registro na qual ela convidou todas as mulheres da Espanha a ir a cartórios de registro de propriedade para deixar registrado a propriedade de seus próprios corpos, uma forma de protesto contra o anteprojeto de Lei de Aborto (finalmente arquivada no ano passado). 


A ação teve uma boa recepção dentro dos cartórios, incentivou muitas mulheres de várias cidades a fazerem o mesmo e compartilharem o pequeno protesto nas redes sociais. Para a artista, a arte como ação tem esta capacidade de transcender a autoria e mobilizar pessoas em torno de uma boa causa social.

Em 2011, Yolanda alcança merecido reconhecimentos pelo projeto Poses, vídeo que mulheres fazem parodias das posturas das modelos de revistas femininas. Através do humor, Yolanda mostra como a indústria da moda pode ser danosa as mulheres ao estabelecer e reproduzir padrões de beleza que são inalcançáveis.


Na rota didática conheci outras obras conhecidas relevantes pela própria artista.
Todo um prazer começar o carnaval e o Valentines`s Day assim!


Onde: Serendipia espacio|arte.
Calle del Infante 3. 28014 Madrid
2af a sábado de 11h as 21h.
Fechado: 4af das11h as 19h.



sábado, 14 de fevereiro de 2015

Alfajor e supermercado alemão



De tempo em tempo supermercado alemão, Lidl, promove festivais de produtos típico de algum país ou área do mundo. Me animei toda quanto vi o folheto do festival latino.

 


Do Brasil nada me animou muito. Meus olhos brilharam para o lado argentino: alfajor e doce de leite! Provei um alfajor delicioso quando estive no brasil, estava com vontade de repetir. Sempre gostei muito de doce de leite, mas até que a nutella. 

Garanti um pote de doce de leite e o último pacote de alfajor que tinha no supermercado, só três unidades. Acho que não era a única a ter desejo de docinhos latinos!Estava bem animada com os tesouros. 

Abri a embalagem do alfajor em um longo ritual para sorver todo o cheiro, mordi bem devagarzinho e ... estava seco, seco, seco! Paco provou e disse que é assim mesmo. Ficamos debatendo si um alfajor deveria ser assim ou assado, deveria ser mais mole, com mais recheio. Paco disse que de coisas muitos doces e cheias de açúcar só os brasileiros gostam. Tem razão! 

Fiquei tão decepcionada que deixei os docinhos de lado. Ontem criei coragem para provar o doce de leite. É delicioso, sou no céu! Gracias Hermanos pela alegria alcançada.

  


Curiosidade: muitas vezes manga e leite de coco também estão na seleção de coisas da Ásia. Para fazer uma boa moqueca talvez festival o “atrevete con Asia”, especialmente Tailândia, satisfaça as vontades de comidinha brasileira.



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Exposição - Guerrilla Girls

De 30 de janeiro a 26 de abril o Matadero de Madrid recebe a exposição Guerrilla Girls 1985-2015.


















O Matadero é um dos meus espaços favoritos na cidade. Como o nome diz, o antigo abatedouro municipal virou centro cultural. É grande, tem muita oferta de atividades; cursos, cinemas, feiras, mercados e mais, muito mais. Muitas vezes está bem cheio. Está animado com barulho de gente se divertindo, interagindo com o espaço. Para mim, é um espaço que tem uma energia positiva contagiando. Sempre saio satisfeita e feliz de lá.

Meu lado feminista queria ir na exposição no dia da abertura que contou com a presença de duas das Guerrillas Girl (palestra disponível aqui). Não deu. Com um grupo de amigas aproveitamos a fria manhã do último sábado para conhecer essa intersecção entre arte e ativismo político, esse pedaço da história de arte feminista.




A exposição conta com diversos cartazes, artigos de jornais e revista e dois vídeos que comemoram os 30 anos de fundação e atuação do coletivo artístico feminista estadunidense.

Como um grupo de reivindicação, a intenção das GGs é deixar bem clara a desigualdade entre homens e mulheres no mundo da arte. E são sucedidas no intento: os espaços ocupados por mulheres ou pela produção feminina na arte é muito pequeno. Uma sequência de cartazes dirigida aos museus irlandeses me chamou a atenção. Com base nas estatísticas dos próprios institutos de arte do país, as GG mostram que menos de 10% das exposições são de autoria feminina contudo mais de 70% das estudantes são mulheres. Colocam a questão: “por que educar mulheres artistas si não vão oferecê-las nenhuma oportunidade profissional?”

Para as feministas, visualizar a pouca representação feminina no mundo das artes é um passo importante para a ocupação igualitária do mesmo. Para elas, feminismo é a palavra "f" para o futuro, fazendo referência ao uso da letra "f" como substituição a um conhecido palavrão em inglês dos USA. Resignificar é uma das propostas delas.

 


Antes de sair do Matadero, entramos na videoinstalação da artista cubana Glenda León (http://vimeo.com/118474137). “Cada respiro” foi uma boa surpresa, quero conhecer mais sobre o trabalho dela. E foi ótimo para passo de transição entre o mundo cru e bravo das GGs para uma agradável tarde de cañas – porque estamos em Madrid e é isso que fazemos depois de um programa cultural.



Onde: Nave 16 do
Matadero de Madrid - Centro de creación contemporánea
Plaza de Legazpi, 8, 28045 Madrid, Madrid. 
De:30 de janeiro a 26 de abril 
Horario: 3af a 6af de 16 a 21 horas.
Sábados, domingos feriados de 11 a 21 horas.
2af fechado.
Quanto: grátis.