sábado, 20 de outubro de 2012

Batem na porta, outra vez

Cada vez eu acho mais surreal as pessoas que batem na porta de casa.
Agora foram as moças que são testemunhas de jeová.
Foi a terceira vez!

A primeira vez foi no começo de março. Eu estava com minhas irmãs tomando um café da manhã tardio quando ouvi a tão temida campainha.
Como sempre, abri a janela da cozinha e vi duas mulheres sorridentes.
Elas me perguntaram se eu conhecia alguém na vizinhança que falasse português. 
"Eu falo, porquê?"

Ai, o sorriso delas ficou maior ainda. 
"Nós estamos aqui para te dar uma mensagem importante" e blá, blá, blá ... 
Fiquei uns dois minutos tentando entender onde eu estava ... sério mesmo que esse papo cola aqui?!?!
Sorri mais que elas e disse que estava ocupada e que aquele não era um bom momento.

Uns meses depois, duas mulheres na porta, uma já tinha visto, a outra parecia novata mas a conversa era a mesma. 
Sorri menos e disse que, sim, eu falo português e, não, não tenho interesse nenhum aquela mensagem. Fechei persiana da janela da cozinha.

Dessa última vez, duas mulheres diferentes e a mesma história.
Agora eu já estou mais descolada nas respostas rápidas em espanhol. Rá ...
Não tão amavelmente, disse que sou ateia e que, por favor, parassem de passar em casa.
Elas: "Ah, tá ... você não acredita em Deus, ok!"
E foram embora.

Pela primeira vez, eu não vi duas  mulheres testemunhas de jeová fazendo o sinal de cruz com cara de espanto e horror por eu ser ateia. Elas aceitaram bem melhor que os religiosos com quem já topei no Brasil.

Os espanhóis respeitam mais os ateus do que os que pertencem a outras religiões. Na mesma medida que no Brasil se aceitam melhor ser/ter outras ou várias religiosidades do que não acreditam em nenhuma entidade superior.

Quer ver um espanhol fazer cara de ponto de interrogação?
Fale que você é "cristiano", mas não é católico, que é luterano, calvinista ou batista.
Eles vão ficar cinco minutos tentando lembrar que ser "cristiano" não é sinônimo de ser católico! 


Com esse post eu juro que vou tentar parar de contar histórias de quem bate na minha porta!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Museo Nacional de Antropologia

No domingo, dia 30/09, fomos conhecer o Museo Nacional de Antropologia e participar de uma das atividades.
O museu está bem no centro da cidade, quase na frente da estação de Atocha, mas é quase um desconhecido. Eu diria que é subestimado, como é pequeno, o museu fica a sombra dos gigantes Reina Sofia e Prado que estão ao lado.
Fazia um tempo que eu queria conhece-lo e, mais que isso, eu queria ser apresentada ao museu. Quando vi a chamada para o "recorrido temático" achei que era o convite que estava esperando.

RECORRIDO TEMÁTICO:
“DE SOMBREROS, TRAJES Y ZAPATOS: CUBRIENDO CUERPOS,
DESNUDANDO IDENTIDADES”
Domingos 30 de septiembre y 4 de noviembre. 12:00h.
Diseño y realización: Jazmín Pabón.

Chegamos 20 minutos antes do início do recorrido e o grupo já estava completo.
Como havíamos combinado com uns amigos, Gastón cedeu o seu lugar para mim.
Dai que ele e o Paco ficaram soltos pelo prédio enquanto a pequena Lúcia, Paloma e eu ouvíamos a entusiasmada explicação da Jazmín Pabón, a guia. 
E, lógico, que Paco tirou várias fotos, acho que ele adorou ficar zanzando por ai.
O que eu mais gostei foi que Jazmín mostrou as peças de vestuário "dos outros", contou sua história, seu uso e fez um paralelo com a forma atual "da nossa forma" de vestir. Um delicioso contraponto entre passado e presente. Deixou bem claro que todos temos hábitos estranhos aos olhos dos outros. Somos todos exóticos!


Viramos fã do museu!!